Como podem as empresas e os assessores de imprensa ser mais úteis para os jornalistas?

Dicas para captar a atenção dos media sem te tornares irritante.

Uma das perguntas mais “espantosas” que me fizeram foi acerca de um convite a jornalistas para uma apresentação à imprensa. Se isso existia. E qual seria o investimento.

Naquele caso o investimento seria o valor do pequeno-almoço para o grupo.

O tema era relevante e inovador. Tecnologia única desenvolvida por portugueses em Portugal, a partir de materiais tipicamente portugueses, exportada para clientes mundiais de referência. Despertava o interesse de vários sectores dos media – economia, ciência, tecnologia.

Os meus interlocutores, especialistas nessa tecnologia, pouco habituadas a estes mundos da comunicação, insistiam em saber o investimento total. Até que percebi que, para eles, uma apresentação à imprensa teria de ser paga, para ter público.

É positivo termos experiências diferentes. São elas que nos permitem entender o mundo aos olhos dos outros.

Ter estado no jornalismo e na comunicação empresarial facilita-me a vida quando preciso fazer a ponte entre os dois. Li o estudo “Estado dos Media”, que a Cision publicou recentemente, onde identifica ideias importantes para as empresas e os assessores de imprensa que se querem relacionar com jornalistas.

Porque acredito que nos entendemos melhor quando compreendemos o mundo dos “outros”, neste caso dos jornalistas e dos media, fiz uma seleção das respostas dos jornalistas e das ideias deste estudo, que considero mais relevantes.

Comunicar com jornalistas

E-mail, e-mail, e-mail. Utilize o e-mail para contactar os jornalistas. Dito pelos próprios. Com a carga de trabalho, só assim é possível gerir e garantir que não se perde informação.

Enviar informações concisas por e-mail, com recursos incluídos que não expirem (fugir do wetransfer versão gratuita) e ser limitado no follow-up (uma vez é suficiente).

Garantir que o conteúdo é 100% correto é mais importante que o retorno, exclusividade, ou ser o primeiro a publicar.

Ter um convidado/especialista disponível para uma entrevista em vídeo via FaceTime/Skype é mais útil do que nunca.

É importante distanciar-se da perspectiva de qualquer marca para a qual possa estar a trabalhar e pensar se alguém que nunca ouviu falar dessa marca se vai interessar pela história que está a comunicar, por exemplo.

Tente ler a informação que vai enviar com os olhos de um repórter.

mesa com caderno, canetas, telemóvel, óculos, máquina fotográfica, auscultadores e rato

Como melhorar a comunicação? Sugestões de jornalistas

“A inclusão de dados ou recursos que um escritor possa investigar para contextualizar e um ângulo exclusivo que apresente uma ideia maior da história. Não me fale somente do cliente.”

“Não comunique “ideias” que são descaradamente para servir os seus clientes. Comunique uma tendência em que eles se encaixam ou ofereça os seus conhecimentos sobre um assunto sobre o qual eu possa estar a escrever.”

“Diga-me diretamente, em uma ou duas frases, porque é que é importante o público saber isto – não apenas porque é importante para a empresa ou cliente.”

“O mais importante é conhecer-me a mim, a minha publicação e os meus leitores e propor soluções que nos ajudem a criar grandes conteúdos, que gerem visualizações.”

“Não me incomode com tópicos não relacionados – estou a carregar na tecla ‘lixo’ mais rapidamente para limpar a minha caixa de correio.”

homem a ler o jornal

Se recebesse entre 51 a 100 emails por semana a apresentar “ideias novas”, a quantos conseguia responder em dois dias? 25% dos jornalistas que responderam ao estudo recebem esses emails.

8 estratégias para enviar emails mais eficazes

  • Mantenha os e-mails breves e vá direto ao assunto
  • Forneça todos os materiais necessários para a história, incluindo imagens e links. Parta do princípio de que eles não vão responder ao seu e-mail, mas vão escrever uma história com base em toda a informação incluída no seu e-mail.
  • Inclua o press release para fornecer contexto adicional.
  • Seja estratégico nos links que incluir.
  • Forneça um timing. Esta notícia está embargada? Certifique-se que a notícia ainda não é pública.
  • Se for possível oferecer uma entrevista, torne isso claro.
  • Certifique-se que os links funcionam fora da sua organização.

Das ideias que leu, qual destas sugestões lhe chamou mais a atenção? O que é que vai fazer diferente amanhã?

PS: Partilhe este artigo com um amigo, cliente ou colega que precisa conhecer estas estratégias.

Pode aceder ao estudo completo da Cision aqui: https://lnkd.in/dTE_vpr.

(Créditos das fotografias: Life of Wu, Madison Inouye, Bhavesh Jain)

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